Exportações baianas recuam 10,4 por cento em 2013

Exportações em baixa, ano passado
JBO/Mauricio Maron

As exportações baianas alcançaram US$ 10,09 bilhões em 2013, registrando queda de 10,4% frente ao ano anterior, segundo informações de Comércio Exterior da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan). Em um ano considerado extremamente difícil, o resultado só não foi pior do que o encontrado em 2009, quando, no auge da crise da crise financeira internacional, as vendas externas do estado recuaram 19,4%.

 

Já as importações totalizaram US$ 8,89 bilhões em 2013 e atingiram o valor recorde da série histórica, iniciada em 1993. O incremento em relação a 2012 atingiu 14,5% e foi fortemente influenciado pelo aumento em 44% nas compras de bens de capital e nos insumos industriais. A balança comercial do estado, ainda assim, encerrou o ano positiva em US$ 1,2 bilhão, porém com resultado 65,7% inferior ao registrado no ano anterior.

 

O desempenho das exportações no ano passado refletiu uma combinação de crise nas principais economias do mundo, que afetou o volume de venda de diversos produtos baianos com a redução de 14,2% no quantum (volume físico) exportado. Contribuíram ainda para o desempenho negativo, a queda na produção doméstica de combustíveis ocasionada pela parada para manutenção de algumas plantas que diminuíram as exportações do segmento em 29% e a redução nas vendas de produtos do agronegócio em 16%, resultado da queda de 6% na produção agrícola do estado afetada pela seca, pragas e retração nas cotações externas.

 

“A queda na produção agropecuária em 2013 na Bahia, com forte influencia da seca, marcou a diferença entre os resultados encontrados para o estado e o país. No Brasil, a queda de 1% nas exportações no ano, sofreu influência negativa do setor de combustíveis, assim como na Bahia, contudo, as vendas do agronegócio cresceram 4,3% em âmbito nacional. Já as exportações de plataformas de petróleo influenciaram positivamente tanto a economia local como a nacional”, explica o coordenador de Comércio Exterior da SEI, Arthur Souza Cruz.

 

Na Bahia, o destaque no ano ficou com as vendas externas do setor automotivo, que cresceram 72,3% estimuladas pelo aumento da demanda dos argentinos, que passaram a investir na aquisição de veículos, e do setor metalúrgico com aumento de 60%, a partir dos investimentos realizados pela Paranapanema na planta de Dias D’Ávila.

 

Como resultado do fraco desempenho da economia internacional, os principais mercados de destino para os produtos baianos permaneceram em 2013 com desempenho negativo a exemplo da União Europeia (-13,2%), EUA (-20,8%) e América Latina (-6,3%). A exceção foi a China que acusou crescimento de 21,2% e o Mercosul com crescimento de 24,5%, puxado pelo aumento das vendas do setor automotivo.

 

Mesmo com a redução no ano passado, as exportações baianas continuaram a liderar as vendas externas no âmbito do Nordeste, com 58,4% de participação.  Já em relação ao Brasil, o estado manteve a nona posição, perdendo, contudo, a sua participação de 4,6% para 4,2% do total exportado pelo  país no ano passado.

 

Importações - Mesmo com a alteração da paridade cambial, o crescimento da economia baiana e da indústria, com a maturação de novos investimentos, resultou em um crescimento expressivo das importações do estado, sobretudo de bens de capital e de intermediários.

 

No contexto de crescimento da atividade industrial e com a maturação de novos investimentos, a maior parte do crescimento das importações esteve vinculada a compras de máquinas e equipamentos, matérias primas e combustíveis. As importações de bens de capital (máquinas e equipamentos), que indicam investimentos na modernização e ampliação da produção cresceram 44%. Ítens como equipamentos de transporte de uso industrial, por exemplo, cresceram 142%, grupos eletrogeradores de energia eólica (100%) e máquinas e aparelhos para indústria cervejeira (4.512%). 

 

“Como normalmente acontece num processo de reorganização e crescimento industrial, como o estado vem atravessando, aliado a um gradativo aumento da renda doméstica, é natural que as importações cresçam acima da média, reflexo do aumento da atividade produtiva, conjugado com maior nível de competitividade interna via aumento do investimento e da produtividade”, explica o coordenador.

 

Segundo Cruz, “a recuperação das vendas externas, em 2014, vai depender da retomada do crescimento econômico global e do nível de competitividade do Brasil. A expectativa, porém é positiva, já com a alta verificada no câmbio, complementada pela recuperação parcial das economias centrais, a elevação na produção de petróleo e da melhora na produção agrícola”.